Dizem que certos amores não morrem jamais
Mas nunca disseram o que fazer co’este amor
Depois que nossas almas se cansam dos ais
E procuram aos poucos um novo senhor
Pois esses amores decerto não se vão
Mas deixam de pertencer a quem amou
E se lançam ao éter num sereno clarão
Em busca do beijo que ainda não secou
O homem amante é somente o cálice vazio
Raramente digno do vinho perfumado
Que lhe embriaga e torna o sonho anil
Portanto o amor, que para amar nos foi criado
Não morre jamais nem no ser mais hostil
Pois ao nascer, torna-se já eterno fardo
07 02 03
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