domingo, 7 de abril de 2013


Não há metáfora para tal silêncio...
O jardim quietou-se
e as laranjas caíram
- como perólas de ouro
no exercício pleno do esquecimento

Já tentei (re)inventar o tempo
e muitas vezes refiz o caminho
que um dia fizemos descalços
levando nos bolsos amanheceres e quereres

Ademais, costuro as lembranças com fios de trigo
cristalizo as uvas e os olhares
e desenho teus cabelos com as cores do pôr do sol

Pois estar contigo
é como ler Neruda em voz alta:
Poesia transubstancializada...
É como fabricar mistérios
e fazer do encontro uma porta aberta
por onde correm os desejos fugidios.

Nenhum comentário: