sexta-feira, 14 de março de 2008

Não sou poeta.
Não acredito em poetas,
não obstante percebo a dor,
o medo, o beijo, o mel,
que dos favos tomam-lhe também o fel,
e resplandece no céu
que transgride sem limites
o enrubescer das plácidas retinas

Não sou poeta.
Poeta não o sou
todavia amei alguém,
- oh! delirante mundo,
que a mim não amou

Assim, não sou poeta
de rimas e birras constantes,
no entanto careço de versos,
sutilezas, laços e traços
de abraços que envolvem o véu,
e suspendem no céu a donzela...
A inexorável donzela de mármore
fonte do enlevo ao qual suspiro graças.

Mas ressalvo:
não sou poeta.
Em tempo, sou apenas compassível
Poetas não mais existem.

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