sexta-feira, 14 de março de 2008

Sete dias depois da minha morte
e já não ouço mais murmúrios de amor...
E por quê deveria ouvi-los?
Quem, além de meus pais, em sua sincera tradição familiar
ousou me amar ao ponto
de purificar seu rosto com lágrimas amorosas?
Oh!!! Vinte e poucos anos e ainda virgem de paixões eternas....
Quem ousou descansar a fronte sobre meu peito apaixonado
E desfolhou rosas
enquanto ria de minhas pilhérias sem graça?
Sete dias depois da minha morte
E já não ouço mais nada....
Nos bares um amigo derrama uma lágrima
e me oferece um trago de conhaque
Choro por ele e por mim
Choro sobretudo por mim
Pelos meus vinte e poucos anos ainda virgens de paixões eternas....
Quem ousou levar ao ventre a carne de minha carne, sangue do meu sangue?
Morro sozinho e único
Logo eu... que tanto amor quis dedicar
Que tantas paixões quis alimentar...
Agora,
sete dias depois da minha morte,
Descobri que ninguém jamais sonhou comigo.
19 – 03 – 03

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