quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Das palavras que me faltam
Restam as que não foram ditas
Das palavras analfabetas
Roubo as virgulas e os acentos
Do silêncio retiro o leite
E das maçãs o suspiro inquietante

Que ordem poderíamos esperar dessa linguagem?
Forjada na tradução de línguas mortas
E no neologismo vivo de um segundo
Quem é capaz de reconduzir a carroça das palavras?
Dos cavalos flutuantes e seus verbos importantes
Das consoantes e suas variantes....

Nos dicionários alguém perdeu uma sílaba
E nos muros da escola
Minha palavra procura tua leitura
Perdida no deslizar do tempo
E enquanto todos gritam
Eu tento lhe falar a sós...

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